A Volta da Ilha Grande

por Carlos Junior

A Ilha Grande em seus 193 km, é a terceira maior ilha do Brasil. Possui 106 praias, além de cachoeiras, riachos e aproximadamente mais 100 km de trilhas que  permitem contornar toda ilha. É um dos destinos perfeitos para aventureiros praticantes de trekking.

A nossa ideia era fazer o trekking durante fim de ano aproveitando o recesso do trabalho, assim teríamos 10 dias para dar a volta completa no Parque Estadual da Ilha Grande, curtindo ao máximo aquele paraíso entre os dias 26/12/2015 a 04/01/2016. Me acompanhando nesse trekking estavam meus amigos Mariana Lima, Marcelo Sousa que já havia feito a volta completa da Ilha Grande e a Tatiana Travisan. A Tatiana não sabia, mas seria pedida em namoro pelo Marcelo no Pico do Papagaio.

Partimos da rodoviária do Tietê em São Paulo no dia 25/12/2015 e por volta das 23h50, nosso ônibus partiu com destino a rodoviária de Angra dos Reis – RJ. A viagem foi bem tranquila, desembarcamos em Angra dos Reis às 07h15 do dia 26/12/2015. Fomos direto para Centro Turístico para retirar as autorizações (sem custos) de entrada para Praia do Aventureiro que tem acesso limitado por fazer parte da área de proteção ambiental do Parque Marinho do Aventureiro. A fila para retirada das autorizações era imensa, levamos cerca de 1 hora aguardando o atendimento. Após a retirada seguimos para o Cais de Santa Luzia de onde pegaríamos a embarcação para a Vila de Abraão que é ponto inicial do trekking.  Para chegar ao cais basta seguir pela Av. Ayrton Senna, a caminhada da rodoviária até lá, leva em torno de 20 min (1,6 km).

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Pegamos o Fast Boat que custou R$40,00 e a viagem durou em torno de 40 min, existem outros tipos de embarcações, mas a melhor é o Fast Boat e você compra a passagem lá mesmo. Eu estava bem ansioso para chegar na Ilha e os 40 min foram uma eternidade.

Finalmente chegamos na Vila de Abraão que é a mais movimentada de toda ilha, é lá que se concentra a maior infraestrutura da Ilha Grande com pousadas, bares, restaurantes, lojinhas, mercadinhos, farmácia, posto médico e campings. A vila tem um clima bem aconchegante, cheio de mochileiros e turistas por todo lado!

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Ficamos no camping do Bicão, lugar bem legal com uma boa estrutura com chuveiros quente e cozinha. O valor das diárias varia entre R$30,00 e R$35,00 depende da época do ano. Se estiver pensando em ir durante o fim de ano, recomendo ligar e reservar antes.

Achamos um cantinho agradável e montamos nosso acampamento, logo depois fomos preparar o almoço. Nosso objetivo ainda naquele dia era subir o Pico do Papagaio, pois o Marcelo pediria a Tati em namoro lá em cima e eu fiquei encarregado de levar as alianças…

Depois do almoço bateu aquela preguiça junto com o cansaço da viagem e a Tati não estava muito no pique de subir o pico naquele dia e sugeriu para que nós subíssemos no dia seguinte pela manhã. Eu acabei esquecendo da ideia do Marcelo e concordei com Tati de deixar para o dia seguinte. Nesse momento o Marcelo queria me fuzilar com os olhos. Eu não entendia nada, só fui lembrar um tempo depois kkkk… E foi com muito custo que convencemos a Tati a subir ainda naquele dia. Preparamos as mochilas (água, lanche, lanterna e as alianças) e com aquele calorão partimos às 15h30 para o início da trilha rumo ao cume do Pico do Papagaio.

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Pico do Papagaio


 

O Pico do Papagaio com 982 metros de altitude é o segundo ponto mais alto de Ilha Grande. A trilha parte da Vila do Abraão, ela está catalogada no mapa como T13 e classificada como pesada. Essa é uma trilha adjacente da T14 que liga a Praia de Dois Rios. Para dar a volta na Ilha não é necessariamente obrigatório fazer essa trilha, mas é quase um pecado visitar a Ilha Grande e não subir o Pico do Papagaio.

Quando começamos a subir ouvimos o ronco dos macacos Bugios, era um som bem alto, eles pareciam estar por toda parte, mas não consegui ver nenhum deles. Durante todo caminho a trilha é bem marcada e sinalizada. As árvores protegem bastante do sol, mas o calor é intenso, a gente transpirava litros. Por isso levem bastante água, lá existem alguns pontos de água, mas não recomendo coletar água nesses locais, a quantidade de animais que defecam próximo da água é grande.

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Depois de 3 horas subindo atingimos o ponto culminante do Pico do Papagaio! Realmente todos esforços e gotinhas de suor valeram a pena! A vista é sensacional, quase um 360° da ilha toda e se o tempo estiver bem aberto é possível avistar a Pedra da Gávea e também a Serra de Cairuçu em Paraty. Esse é um daqueles momentos que você tem vontade de compartilhar com todo mundo! 

Depois das sessões de fotos com aquele visual espetacular, o Marcelo entregou as alianças para Tati e ela ficou emocionada, jamais poderia imaginar um momento como esse em um lugar tão inusitado. E ela disse sim e o pôr do sol foi um show a parte!

Já estava ficando escuro e começamos a voltar, logo no início da trilha vimos um animal subindo na árvore, eu logo imaginei que fosse um Bugio e corri para conseguir finalmente fotografar. Quando estava bem embaixo, notei que não era um macaco e como estava sem meus óculos, usei o zoom da câmera para aproximar a imagem. Foi nesse momento que ele se virou e começou a descer na minha direção e eu pude perceber que era um porco espinho e gritei “PORCO ESPINHO!!!” Cada um correu para um lado e o serumaninho foi embora na maior tranquilidade e nós continuamos descendo.

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Finalizamos a trilha por volta das 21h e os bares e restaurantes da vila já estavam funcionando. E sem pensar muito depois de uma trilha longa e pesada uma pizza seria mais que justo, do jeito que a gente estava fomos para pizzaria. Depois retornamos para o para camping, tomamos banho e fomos dormir.

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Vila do Abraão x Saco do Céu – Dia 1


Acordamos cedo, desmontamos acampamento e demos início oficialmente ao trekking de volta da Ilha Grande. Seguimos no sentido anti-horário pela trilha T01 que é o circuito do Abraão, não completamos todo circuito fomos direto para o Poção que no passado servia de local de banho para os escravos. Um pouco a frente nos deparamos com Aquedutos que foi construído 1883 para abastecer o hospital de quarentena chamado de Lazareto. As ruínas ainda resistem, e é fácil a visitação.
“O imperador Dom Pedro II teve três passagens pelo Lazareto: Em abril de 1886, em agosto de 1889 e, logo em seguida na condição de prisioneiro onde aguardou o transporte que o levaria para o exílio”.

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Seguimos na trilha para Cachoeira da Feiticeira, eu estava em um ritmo mais forte e segui na frente, durante o caminho uma garota me abordou e perguntou, se a cachoeira estava naquela direção. Só que em inglês. Eu entendi, mas como eu não falava em inglês, respondi do meu jeito. Ela entendeu e passou me acompanhar na trilha. Logo o pessoal nos alcançou, a Mari e a Tati falavam inglês, então isso facilitou a nossa comunicação. A garota se chamava Anna, ela era da Dinamarca e nos acompanhou até a cachoeira.

Chegamos na Cachoeira da Feiticeira e ela já estava bem cheia, para se banhar na queda tinha que fazer uma fila…  Já na parte de cima estava vazia sem nenhum turista todinha para nós! Ficamos escorregando no tobogã natural por um bom tempo, mas como nosso objetivo era chegar no Saco do Céu ainda naquele dia, seguimos nosso caminho e a Anna retornou para a vila de Abraão.

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O calor era intenso paramos em um riacho para lavar o rosto e descansar, a Tati que não gostava de água gelada, nesse momento já estava virando boné cheio d’água na cabeça…

Uma imagem vale mais que mil palavras!!! 

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Seguimos direto pela praia do Iguaçu e quando passamos pela Praia de Camiranga, estava muito quente, não resistimos e caímos na água! Essa praia é muito bonita e tem uma grande extensão de areia. Após o mergulho continuamos o caminho passando por alguns vilarejos como o de Fazenda Conrado, Enseada das Estrelas até chegar no Saco do Céu, que por ser uma região abrigada dos ventos tem suas águas calmas, e é um dos pontos de pernoite de muitos navegantes. E também seria o nosso.

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A nossa ideia era acampar no quintal de um casal de velhinhos que o Marcelo conheceu na primeira vez esteve na Ilha Grande. Já estava no fim da tarde quando chegamos por lá, ao bater na casa uma mulher nos atendeu, perguntamos por eles e tivemos a triste notícia de que eles haviam falecidos no ano anterior. Quem morava ali agora era um dos filhos deles, que nos autorizou a pernoitar por lá.

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O local que montamos as barracas era um gramado bem de frente para o mar, preparamos jantar e ficamos admirando o céu estrelado até a hora de dormir.

Ao passar pelo Saco do Céu a opção de camping é o da “Gata Russa” o pernoite custa entre R$25,00 e R$30,00.


Saco do Céu x Praia do Bananal – Dia 2


Como em todos os dias nosso objetivo era sair bem cedo para caminhar com o sol mais fraco. Nesse dia acordamos às 5h50 e ao abrir a porta da barraca, me deparei com um dos amanheceres mais bonitos da vida!

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Após o café da manhã seguimos pela trilha T3 passamos por uma pequena praia que por ter um formato afunilado recebeu o nome de Praia do Funil. É por essa praia que chega os cabos de energia submersos que abastecem toda a Ilha Grande.  Mais a frente chegamos na Praia de Japariz e de cara tinha vários restaurantes. Corri para comprar uma Coca-Cola e para minha alegria tinha Coca geladinha de 3 litros. Está achando que é muito? Ela acabou em menos de 3 minutos, até a Mari que não era muito fã quando ouviu o barulhinho da garrafa abrindo não resistiu. Acho que fiquei tão feliz que acabei indo embora sem o bastão de caminhada, quando já estava distante a moça do bar veio correndo com o bastão para me entregar hehehe…

E logo chegamos a Freguesia de Santana uma praia encantadora que foi no passado uma próspera comunidade, centro de desenvolvimento durante o período colonial.  Foi lá que se iniciou o povoamento da Ilha Grande. Inclusive lá também fica a secular Igreja de Sent´Ana construída em 1843, além dos casarões, ruínas de senzalas, tem até um cemitério abandonado. E foi em um desses casarões que pedimos para deixar nossas mochilas cargueiras enquanto fazíamos um ataque até a Ilha dos Macacos.

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Ataque a Ilha dos Macacos e Lagoa Azul


Agora mais leve seguimos para Praia de Freguesia do Norte, no final dela tem uma trilha que dá acesso um pequeno canal que faz fronteira com a Ilha dos Macacos. E junto com as Ilhas Solteira e Redonda formam a Lagoa Azul, que foi eleita uma das 7 Maravilhas da Ilha Grande.

Esse é dos pontos mais bonitos do trekking é impressionante a beleza desse lugar, á água é tão transparente que parece de uma piscina. Enquanto cruzava o pequeno canal os peixes passavam por nossas pernas. Eu acabei escorregando e arrebentando o chinelo. Andar descalço nessa parte é ruim, é bem fácil de se cortar nos corais.

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Na Ilha dos Macacos visitamos a Dona Ednéia, uma moradora antiga que o Marcelo também conhecia. Ele entregou para ela uma foto que eles tiraram juntos da outra vez que ele esteve por lá. A dona Edinéia viu que meu chinelo quebrou e me deu um outro que alguém havia esquecido. Fiquei bem feliz com o chinelo!

A praia é linda e por isso é muito visitada, havia muitas embarcações e turistas por lá. Demos alguns mergulhos e retornamos para o povoado de Freguesia de Santana. Durante nosso retorno o tempo mudou e dava sinal que o céu iria desabar, corremos para chegar logo no casarão. Assim que chegamos começou a chover e ficamos abrigados na varanda. Um dos caseiros veio apavorado dizendo que tínhamos que sair logo dali que o dono estava chegando de barco. E assim que a chuva deu uma trégua, fomos convidados a nos retirar da propriedade do magnata. 

Retornarmos para a trilha e seguimos pela rota T4 passando pela igreja Sant´Ana, Praia da Grumixama, Praia da Baleia onde tinha uma bela casa toda de vidro, paramos ali um tempo para descansar. Logo depois pegamos uma subida forte até a praia de Bananal Pequeno, e só depois chegamos na praia do Bananal.

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A praia do Bananal tem esse nome devido as fazendas de plantações de bananas que tinha antigamente, lá também funcionou fábricas de sardinhas que hoje viraram pousadas. Teríamos que chegar na Praia de Matariz, mas como já estava ficando tarde resolvemos ficar em Bananal. Pedimos informação de camping e uma garota nos levou até o Camping da Cristina que fica no alto do morro. A dona Cristina nos recebeu super bem, o camping é bem simples fica em uma parte gramada da casa e tem uma vista para o Pico do Frade. O pernoite custa R$20,00 reais por pessoa.

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Fomos logo montando nosso acampamento, já ia começar a escurecer. E para a minha surpresa notei que um dos pacotes de feijão havia estourado dentro da mochila fazendo aquela lambança (eu não tinha colocado dentro de um saco protegendo). Tive que lavar tudo…

Depois do jantar ficamos papeando com a dona Cristina e ela nos contou sobre a tragédia do deslizamento que houve há alguns anos. Foi um caso que passou bastante na TV na época.

Durante a noite caiu uma chuvinha e ajudou a refrescar a nossa noite.

 

Bananal x Sítio Forte – Dia 3


Acordamos com a mesma rotina de todas as manhãs, café da manhã, desmonta tudo e coloca na mochila e sai o quanto antes. Seguimos pela trilha T5 teríamos que chegar até a praia Longa. Para a nossa sorte o dia amanheceu nublado, com o sol mais fraco conseguimos andar mais rápido.

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Chegamos a bucólica praia de Matariz, um lugar bem tranquilo que no passado abrigou uma fábrica de sardinha. Sentamos num banco e enquanto comíamos alguma coisa notamos um cachorro latindo para um caranguejo. Tentamos afastar o cachorro, mas ele não desistia. Um morador local disse que fazia tempo que eles estavam naquele impasse. O caranguejo era valente e enfrentava o cachorro. Fiquei com medo de um dos dois se machucar e resolvi tirar o caranguejo de lá e por ele em um lugar mais seguro.
O morador local era bem solícito e nos ofereceu água geladinha, acredite água gelada na Ilha Grande vale ouro! Encontramos um casal que também estava dando a volta na ilha, conversamos um pouco e eles seguiram até Ubatubinha. Continuamos a caminhar, passamos por Passa Terra, Manguariquessaba e logo depois a Praia de Sítio Forte.

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Logo que chega na praia os coqueiros formam um caminho de entrada, o lugar é uma propriedade particular, mas a passagem é liberada. As águas calmas e gramado é bem convidativo a ficar. Paramos para curtir esse paraíso, durante a nossa passagem conhecemos o Bacana que é proprietário de restaurante flutuante. Durante a conversa ele nos disse para conversar com o Fernando que era responsável por tudo ali e que se ele deixasse poderíamos passar a noite lá. O plano de chegar praia longa já era. Eu não queria ficar, mas como a maioria preferiu, eu concordei mesmo sabendo que seria um dia de atraso no cronograma.

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Enquanto o Fernando não chegava fomos aproveitar o dia. Nadamos, bebemos água de coco e compramos dos pescadores 3 peixes e de brinde ganhamos camarões para o jantar.  No fim da tarde o Fernando chegou e fomos conversar com ele, torcendo para ele deixar a gente ficar, já estava tarde e não daria tempo de chegar na Praia Longa.

O Fernando autorizou a gente ficar! Ele é um cara muito gente boa, nos recebeu muito bem! Ele ainda nos ajudou a preparar os peixes e os camarões e emprestou a churrasqueira e ainda nos deu carvão para assar os peixes. Ficamos conversando por horas, ele nos contou muitas histórias da Ilha Grande. Nos contou que existia uma estrada que ligava Sítio Forte ao porto de areia na praia na Sul e do Leste. Era possível chagar até lá em duas horas. 

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Apareceu por lá, dois rapazes que estavam fazendo a volta na ilha e também ficaram por lá. Oferecemos nosso jantar, mas eles ficaram meio tímidos de jantar com a gente. Depois conversando com eles, falaram que só estavam comendo miojos. Um ponto engraçado da conversa foi que eles pareciam fazer bastante coisas juntos.

Então perguntamos se eles já fizeram outras travessias.

Um deles respondeu que “sim e que eles curtiam mais fazer coisas fora”.

Eu “nossa que legal e o que já fizeram?” (esperava no mínimo ouvir Patagônia, Trilha Inca no Peru).

E a resposta foi “Essa é a primeira”

Eu “aquele ah tá entendi”.

E encerramos a conversa e fomos dormir rs…

 

Sítio Forte x Araçatiba – Dia 4


Tivemos que refazer nossos planos, nesse dia precisaríamos chegar até a Praia de Araçatiba. E visitar a Lagoa Verde. O plano de conhecer a gruta do Acaiá ficaria para uma próxima visita na Ilha Grande.

Pegamos a trilha T6 passando por Tapera, Praia de Ubatubinha que era praia linda até chegar na Praia Longa onde paramos para preparar um miojo com atum e beber uma Coca gelada! E de sobremesa Açaí. Durante o almoço o casal que conhecemos em Matariz encontrou com a gente, conversamos um pouco e eles seguiram viagem.

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A Mari deu a ideia de levar água na garrafa de coca para nos lavar depois que a gente entrasse na Lagoa Verde. Foi uma boa ideia. Na Praia Longa existe uma cachoeira, a gente não foi até ela seguimos direto a caminhada até chegar na Lagoa Verde.

Sobre a Lagoa Verde…. que lugar lindo! É tão lindo quanto a Lagoa Azul, águas claras com corais esverdeados e muitos peixes por toda a parte! Quando chegamos não estava tão cheio, mas logo os turistas foram aparecendo. Conhecemos duas garotas bem gente boa e os meninos que estavam no Sítio Forte chegaram por lá. Depois de curtir bem a Lagoa Verde, seguimos com as meninas para Araçatiba.

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Elas estavam no mesmo camping que nós iriamos ficar, que seria o Camping do Bene. Chegando lá o camping estava bem cheio e cada um montou a barraca em canto espremido. O valor da diária R$25,00 por pessoa. Outra opção de camping é o Bem Natural.

A praia de Araçatiba é bem movimentada, com várias casas, bares, pousadas e restaurantes.

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Depois de tudo montado fomos curtir o fim de tarde na praia, tomamos algumas cervejas e fomos preparar a comida. E para a nossa alegria a água do camping estava acabando, deu só para pegar um pouco para cozinhar o macarrão. Já o banho, lembra da garrafa de 2 litros que trouxemos da praia longa? Não usamos ela e tivemos que dividir para os 4 se lavar e o banho mesmo teve que ficar para outro dia. A passagem por Araçatiba não foi das melhores, além de ficar espremido em um canto sem água, ainda tinha muitas cigarras que faziam um barulhão a noite toda!

 

Araçatiba x Provetá – dia 5 (Véspera de Ano Novo)


Na manhã seguinte por volta de umas 6h da manhã eu escutei alguém gritando “HAAAAAÁ CIGARRAS DO INFERNO!!!” E uma outra pessoa gritou também “E ALGUÉM DESLIGA ESSE GERADOOOR!!!”. O gerador era o Marcelo que roncava muito alto! Kkkkk

Amanhecemos sem água e não deu para escovar os dentes, o que tinha de água era para beber. Partimos cedo sem tomar café, a ideia seria comer em alguma lanchonete por lá, mas estava tudo fechado. Saindo da praia encontramos um lugar que estava abrindo, entramos lá e fomos recebidos por um argentino de cueca que tinha acabado de acordar. Apesar de meio maluco nos recebeu muito bem e serviu tapioca de presunto e queijo, suco natural e café. E para a nossa sorte lá tinha uma ducha que serviu para lavar o rosto e escovar os dentes.

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Depois de alimentados e higienizados, seguimos pela trilha T8 nesse dia encontraríamos nosso amigo o Thiago Henrique que chegaria de barco na Praia do Aventureiro para passarmos juntos a virada de ano. Durante a trilha vimos um macaquinho com um filhote nas costas descansando em um galho, não demorou muito o macho ou fêmea apareceu e pegou filhote colocou nas costas ajudando o parceiro e eles saíram com o filhote. Um pouco a frente a gente viu a indicação para a Praia de Itaguaçu que é um pequeno paraíso, uma praia cercada por rochas com águas cristalinas e cheia de peixes. O sol estava radiante e sem pensar pulamos na água, era possível saltar de uma das pedras. Valeu muito a pena conhecer essa praia!

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Continuamos até a Praia Vermelha, onde decidimos fazer uma pausa para comer alguma coisa, e como só encontramos pousadas pedimos um pouco de água para cozinhar em uma delas. A dona da pousada vendo a nossa situação nos ofereceu comida por um valor mais em conta. Aceitamos na hora e ela serviu um risoto com filé de frango e salada que estava uma delícia! O difícil foi subir o morro que divide a Praia Vermelha de Provetá logo após o almoço. A mochila da Mari havia arrebentado fazendo que a estrutura de metal saísse para fora, ou seja todo peso da mochila estava nos ombros tornando a caminhada bem mais difícil para ela.

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Quando chegamos no alto do morro ficamos tentando fazer contato com o Thiago via rádio. Quando conseguimos contato, ele nos informou que não conseguiu barco direto para a Praia do Aventureiro e que tinha desembarcado na Praia de Provetá. E que tinha acabado de alcançar o alto do Morro para Aventureiro. Pensamos rápido sobre o apuro que foi a superlotação em Araçatiba e Aventureiro estaria tão cheio quanto. Por isso decidimos que o melhor seria passar a virada de ano em Provetá que é um lugar mais tranquilo e com certeza não faltaria água. Pedimos ao Thiago que voltasse e encontrasse a gente na praia, coitado a subida para a Aventureiro é classificada como pesada. Kkkk

A Praia de Provetá é um vilarejo de pescadores e evangélicos é a 2ª segunda maior comunidade da Ilha Grande. É também umas das praias mais bonitas da ilha, quando chegamos ao ver as famílias na praia tive a sensação de esta vendo um daqueles comerciais felizes de margarina. Era um clima muito bom!

Nós ficamos no camping do João, ele nos cobrou R$30,00 por pessoa. A gente não sabia, mas era o camping de uma celebridade da Ilha Grande. Deixamos as coisas e fomos ao encontro com a Thiago na praia. Ele não conseguiu vir com a gente para realizar o trekking, mas nos acompanharia até a Praia de Parnaioca e depois retornaria para São Paulo.  Aproveitamos que o Thiago vinha depois e pedíamos a ele para nos trazer vinhos e alguns suprimentos.

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Montamos acampamento e fomos para o mar, e de novo encontramos os dois rapazes que conhecemos no Sítio Forte, foram tantos os encontros que já estávamos íntimos. Quando fomos tomar banho a senhora esposa do seu João, falou alguma coisa comigo de assar o pinguim para a ceia de ano novo. Eu olhei ao redor e vi galinhas, patos e até um peru. Não dei muita confiança por ela ter dito assar o pinguim… (Isso vai ter lógica mais a frente).

Depois de limpo fomos para vila comer alguma coisa, paramos em uma lanchonete e enquanto comíamos reparamos que passava várias pessoas bem arrumadas indo para igreja celebrar a passagem de ano. Quase todos os moradores vão para lá.  A praia era toda nossa, esperamos dar às 0h e comemoramos naquele paraíso! Bebemos vinho e entramos no mar, foi muito bom! Depois tomamos banho novamente e fomos dormir afinal estávamos bem cansados da travessia.

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Provetá x Aventureiro – Dia 6


Quando acordei pela manhã fui escovar os dentes, passou por mim um pinguim. Eu parei e pensei será que eu vi um pinguim mesmo? Quando olhei de novo era mesmo um pinguim em pleno calor do Rio de Janeiro. Nesse momento o Marcelo lembrou da história do Dim – Dim o pinguim da Ilha Grande.

O seu João resgatou o Dim – Dim no mar, cuidou dele e eles viraram amigos. Em um certo dia o pinguim foi embora e depois de 4 meses ele retornou. E repetiu essa façanha algumas vezes. Todo ano ele ia para Patagônia e depois retornava para ficar com o seu João. É muito legal, o pinguim segue o seu João o tempo todo é bonito de ver! Essa história passou em vários programas de TV.

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Chegou a hora de partir e enfrentar a subida pesada para a Aventureiro. A Mari conseguiu adaptar a mochila para não incomodar tanto. O Marcelo precisava de pilhas para o GPS e negociou um par com um dos meninos do Sítio Forte. Tudo pronto partimos pela trilha T9 classificada como pesada, teria aproximadamente 3,5km e 332 metros de subida, essa seria a maior altimetria do trekking. E com essa vista nos despedimos da Praia de Provetá. 

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Mas naquele ponto já estávamos calejados em subir os morros da ilha, e não sentimos tanto na subida. Chegamos em uma placa que indicava sinal de celular, todo mundo aproveitou para entrar em contato com a família.

Enfim chegamos a tão esperada Praia do Aventureiro e para nossa surpresa não havia ninguém conferindo as autorizações nesse dia. Logo que saímos da trilha encontramos duas amigas Lila e Cris que estavam acampadas por lá. Nós ficamos no camping do Luís que é um camping muito bom, com uma ótima estrutura. Pagamos R$30,00 por pessoa.

Sobre a praia é um paraíso de areia branca e água é bem azul, a praia possui dois mirantes o Sundara e o Mirante do Espia tudo isso fica dentro do Parque Estadual Marinho do Aventureiro (PEMA), criado em 1990.  Aproveitamos para conhecer os dois no mesmo dia. Sem contar o famoso “Coqueiro deitado” que é um dos cartões postais da Ilha Grande.

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Depois de um dia lindo caiu uma baita chuva no fim da tarde e se estendeu pela noite inteira, preparamos o jantar e fomos dormir para acordar bem cedo para cruzar as Praias do Sul e do Leste. A passagem por elas é proibida por ser uma reserva biológica. (Sim estaríamos infringindo uma norma da ilha).

 

Aventureiro x Parnaioca – Dia 7


Acordamos bem cedo e assistimos o nascer do sol que foi lindo, eu queria muito fazer uma foto do coqueiro com o nascer do sol. Eu corri pra lá, mas não havia reparado que minha bateria estava no fim e não levei a outra. Consegui apenas uma foto, mas foi o suficiente para eu me contentar!

Desmontamos tudo e antes das 7h já estávamos passando pelo Costão do Demo, esse é um ponto bem exposto e tem que ter muito cuidado ao cruzar por lá.

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Entramos na Praia do Sul e havia uma grande quantidade de lixos trazidos pela maré, a praia tem uma grande extensão de areia. Levamos aproximadamente 1h para 3,80 km de caminhada sem parar, até chegar ao mangue. Dizem que jacarés já foram vistos nesse mangue que é formado pelas águas vindas das lagoas do Sul e do Leste. Pelo sim ou pelo não fique atento para não dar de cara com nenhum. Nos cruzamos com o nível do rio baixo sem nenhuma dificuldade e sem encontrar nenhum jacaré chegamos a Praia Leste. E ela estava na mesma situação que a praia do Sul cheia de lixo.

Atualização: Hoje em dia é permitido a passagem pelas Praias do Sul e do Leste. Basta entrar em contato com o parque através do e-mail: rdsaventureiro@gmail.com.

Em contrapartida, você deve fazer o recolhimento do lixo do local e deixá-lo num ponto pré-determinado pelo parque, assim a coleta do lixo também será feita nessa área.

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No fim da praia fica a trilha para Parnaioca, é uma trilha mais fechada sem muita dificuldade. Chegamos na praia de Parnaioca e sentamos no lajão de pedra, a nossa intenção, era só tirar as botas para cruzar o rio, mas acabamos cochilando e fomos acordados com uns chuviscos na cara. Levantamos e fomos procurar um camping, perguntei a um grupo de meninas onde teria um camping. Elas nos levaram até o Camping da Marta um lugar com a energia muito boa.

O valor do camping varia entre R$20,00 e R$25,00 por pessoa.

A Praia de Parnaioca é um dos lugares mais roots da ilha, não tem energia elétrica, não tem comércio e não tem sinal de celular. É lugar para se desconectar 100%.

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Nesse dia choveu bastante então passamos um bom tempo na cozinha e conhecemos várias pessoas. Entre elas um grupo que havia acabado de chegar do Aventureiro, eles haviam sido barrados pela fiscalização na entrada da Praia do Sul, tiveram que cruzar de barco.

A noite os meninos fizeram pipocas e ficaram tocando violão e depois fomos no camping vizinho onde estava rolando um forró a luz de velas. Foi bem legal ficamos lá até de madrugada. 

 

Parnaioca x Caixadaço – Dia 08


O dia amanheceu chuvoso nos despedimos do Thiago que teve que retornar para São Paulo, desmontamos tudo e saímos com a chuva mais fraca. Seguimos pela trilha T16 que liga Parnaioca a Praia de Dois Rios.

As pilhas do GPS do Marcelo acabaram e quando ele foi pôr as pilhas que ele havia comprado do menino em Provetá, elas já estavam no fim. E por ironia do destino encontramos com eles de novo na trilha e o Marcelo pegou o dinheiro de volta. Acredito que ele não vendeu a pilha gasta por maldade.

Durante a trilha passamos pela Figueira Gigante e pela Gruta dos Escravos também conhecida como Gruta das Cinzas. A lenda diz que escravos que cometia alguma infração eram acorrentados e ali ficavam até morrer.

Chegamos a cidade de Dois Rios que no passado abrigou a penitenciária Cândido Mendes, por lá passou presos políticos entre eles o escritor Graciliano Ramos que escreveu “Memórias do Cárcere”. Foi lá que nasceu a primeira facção conhecida como CV (Comando Vermelho) e também teve uma das fugas cinematográfica da historia brasileira, o traficante “Escadinha, foge da penitenciária resgatado por um helicóptero”.

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O presídio teve uma parte implodida em 1994, nos dias de hoje só tem uma parte que funciona o Museu do Cárcere. 

A cidade é praticamente deserta, hoje moram lá funcionários da UERJ que montou um Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentado (CEADS). 

Eu sinceramente achei bem bizarro a cidade, na praça principal havia um animal morto sendo comido por urubus. Como era um dia de chuva a praia não me pareceu tão bonita, vou precisar voltar para ter uma nova opinião sobre Dois Rios. Além disso não é permitido pernoitar na cidade, lá não existe camping ou pousadas.

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Oficialmente o deveríamos seguir pela trilha T14 que vai para Abraão e fazer um ataque até a praia do Caixadaço pela trilha T15 e depois retornar para T14. Só que seguimos para a praia do Caixadaço, e como chovia muito fizemos um acampamento selvagem por lá. Tomamos banho em um pequeno riacho de água bem gelada, jantamos e fomos dormir.

 

Caixadaço x Abraão – Dia 9


Acordamos bem cedo e já não chovia mais, enquanto pegava água vi uma cobra Cascavel, algumas pessoas falam que ali tem a maior concentração de cobras da ilha.

Aproveitamos os primeiros raios de sol para tirar algumas fotos antes da nossa partida, essa praia é realmente muito bonita. Como em todas as praias tem uma história, diz a lenda que lá era um esconderijo de piratas em tempos passados.

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Não retornamos para trilha T14, seguimos por uma trilha não oficial que liga Caixadaço a Praia de Santo Antônio, essa trilha é mais fechada com muitas árvores caídas. Se você não tiver um GPS e uma boa experiência de navegação, não recomendo fazer essa trilha.

Conseguimos chegar a Praia de Santo Antônio sem nenhum problema. Essa praia é deserta com uma paisagem incrível, ficamos por um tempo nela e depois seguimos para sua vizinha Lopes Mendes. 

A trilha para Lopes Mendes estava bem movimentada turistas indo e vindo. Durante o caminho vimos alguns macaquinhos que pousavam para as fotos. Quando chegamos a Praia de Lopes Mendes considerada uma das 10 praias mais bonitas do mundo, tivemos um choque ao ver tantas pessoas em um só lugar. Não ficamos muito tempo e pegamos a trilha T11 vai até Abraão.

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Durante o caminho chegando na Praia de Pouso encontramos uma família que estava velejando pela Ilha Grande, eles ficaram bem curiosos sobre a nossa aventura e nos ofereceu uma cerveja. Claro que aceitamos, paramos no quiosque e ficamos bebendo e conversando por um tempo sobre como foi dar a volta na Ilha Grande. Eles nos ofereceram uma carona a bordo do veleiro até a Vila de Abraão, mas precisávamos completar o trekking andando. Fiquei com muita vontade velejar, mas teria que ficar para uma próxima oportunidade.

Eu precisava voltar para Angra e ainda pegar o ônibus de volta para São Paulo, então me despedi da galera e segui na frente, eles ainda teriam um dia a mais. Passei por Palmas e seguindo até Abraão, fiz em um tempo bom todo esse trajeto.

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Em Abraão me despedia da Ilha Grande foram dias incríveis cheio de aventuras e bons momentos que ficarão eternizados em minhas memórias. Recomendo a todos que gostam de uma boa aventura vir conhecer esse paraíso que é a Ilha Grande! 

Peguei uma lancha às 15h para Angra dos Reis, paguei R$50,00.  Chegando no continente foi estranho ver carros e tantas pessoas. Segui para rodoviária e não poderia acabar sem perrengue né? Quando fui comprar a passagem para São Paulo fui informado que só teria passagens para as 21h do dia seguinte. Se eu soubesse teria ficado na ilha e vindo embora no outro dia. Naquele momento não adiantava ficar nervoso, fui tomar um banho e comer alguma coisa.

A minha esperança era aparecer alguma desistência para eu comprar a passagem, mas ninguém desistiu. La para madrugada apareceu um ônibus que ia para Caraguatatuba, o rapaz da rodoviária me orientou a pegar esse, e de lá pegar outro ônibus para São Paulo. E foi o que eu fiz, cheguei às 6h em Caraguatatuba e as 7h já estava no ônibus de volta para São Paulo.

Informações gerais 


 

Trekking: A Volta da Ilha Grande
Grau de dificuldade: Difícil
Tempo médio: 10 dias
Grau de declínio: Alto
Percurso: 131km aproximadamente

Tracklog usado como referência: trilhasetrips.blogspot.com

Obs: Todas as informações foram atualizadas em 10/12/2018

 

NO PERCURSO NÃO TEM BANCO, NÃO TEM SINAL DE CELULAR, OU SEJA, NÃO TEM COMO USAR CARTÃO DE CRÉDITO OU DÉBITO. SAQUEM DINHEIRO!!!

 

Como chegar:


Carro: 
Rod. Ayrton Senna, Rodovia Governador Carvalho Pinto e BR-116 até á
Estr. Cabeceira do Rio Brandão em Volta Redonda – 3 h 45 min (325 km)
Pegue a BR-101 em Angra dos Reis via Rod. Saturnino Braga – 1 h 15 min (65,7 km)
Pegue a BR-101- 15 min (13,3 km)
Pegue a Av. Caravelas e Av. Airton Senna até Av. Júlio Maria em Centro – 7 min (3,2 km)
Cais Santa Luzia
Av. Júlio Maria, 90-286 – Centro, Angra dos Reis – RJ, 23900-563

Calcule os gastos de combustível e pedágios através do site: Mapeia.

Estacionamento: Angra dos Reis Turismo

Ônibus:
Ida

São Paulo x Angra dos Reis 22h40min – 06h00min – R$ 112,04
Volta
Angra dos Reis x São Paulo – A definir – R$ 121,05

Comprar passagens: Reunidas 

Cais Santa Luzia
Av. Júlio Maria, 90-286 – Centro, Angra dos Reis – RJ, 23900-563

Transfer: Angra dos Reis x Vila do Abraão
R$80,00 ida e volta Angra dos Reis Turismo.

Roteiro e valores: 


Logística: 
São Paulo x Angra dos Reis 22h40min – 06h00min

Chegada em Angra 27/12/2015
Centro turístico para retirada da autorização 08h
Angra dos Reis x Ilha Grande- Abraão – Flat Boat (Duração 45min) – R$40,00
Praia do Abraão 
Pernoite: Camping Bicão – R$30,00
Pico do Papagaio

Início da Travessia: 

Vila de Abraão até o Saco do Céu – Dia 1 (28/12/2015)
Aquedutos
Cachoeira da Feiticeira
Praia do Iguaçu
Camiranga 
Praia de Fora
Enseda das Estrelas
Saco do Céu
Pernoite: Casa de morador (Sem custo)
Opção: Camping Gata Russa – R$25,00

Saco do Céu x Bananal – Dia 2 (29/12/2015)
Praia do Funil
Japariz
Praia de Freguesia de Santana
Freguesia de Santana do Norte
Ilha dos Macacos (Ataque)
Lagoa Azul (Ataque)
Praia da Baleia 
Bananal 
Pernoite: Camping da Cristina – R$20,00

Praia do Bananal x Sítio Forte –  Dia 3 (30/12/2015)
Matariz
Passa Terra
Manguariquessaba 
Enseada Sítio Forte
Pernoite: Casa do Fernando (Sem custo)

Sítio Forte x Araçatiba – Dia 4 (30/12/2015)
Tapera
Ubatubinha
Praia Longa
Lagoa Verde
Araçatiba
Pernoite: Camping do Bene – R$25,00 outra opção Camping Bem Natural

Araçatiba x Proveta – Dia 05 (31/12/2018 – Véspera de ano Novo)
Iguaçu
Praia Vermelha
Proveta
Ano Novo
Pernoite: Camping do João (Pinguim Dim-Dim) – R$30,00

Provetá x Praia do Aventureiro – Dia 06 (01/01/2016)
Mirante de Provetá
Praia do Aventureiro
Mirante Sundara
Mirante do Espia 
Pernoite: Camping do Luiz – R$30,00

Praia do Aventureiro x Parnaioca – Dia 07 (02/01/2016)
Passagem proibida área de reserva
Praia do Sul 
Praia do Leste 
Praia de Parnaioca
Pernoite: Camping da Marta – R$25,00

Parnaioca x Caxadaço – Dia 08 (03/01/2016)
Dois Rios
Presidio 
Caixadaço
Pernoite: Camping Selvagem 

Caxadaço x Vila do Abraão – Dia 09 (04/01/2016 Último dia) 
Praia de Santo Antonio
Pria de Lopes Mendes
Praia do Mangue
Praia de Palmas
Praia de Pouso
Vila do Abraão

Logística de volta:

Vila do Abraão  x Angra dos Reis – Flat Boat (Duração 45min) – R$40,00
Angra dos Reis x São Paulo

 

TOTAL DE DESPESAS:


• Passagens de ônibus – São Paulo x Angra dos Reis = R$ 112,04
• Passagens de ônibus – Angra dos Reis São Paulo = R$ 121,05
• Flat Boat – Angra dos Reis x Vl. Abrão = R$40,00
• Flat Boat – Vl. Abrão x Angra dos Reis = R$40,00
• 1 Camping – Vl. Abraão = R$ 30,00
• 1 Camping – Saco do Céu = R$ 00,00
• 1 Camping – Bananal = R$ 20,00
• 1 Camping – Sítio Forte = R$ 00,00
• 1 Camping – Araçatiba = R$25,00
• 1 Refeição – Praia Vermelha = R$ 40,00
• 1 Camping – Provetá = R$30,00
• 1 Camping – Aventureiro = R$30,00
• 1 Camping – Parnaioca = R$30,00
• 1 Camping – Caixadaço = R$00,00

Total de gastos por pessoa = R$ 518,09 (Não inclui bebidas e açaí) 

 

Vale lembrar!


  • Comprar passagens com antecedência.
  • Tentar pegar o ultimo ônibus saindo de São Paulo.
  • Não compensa contratar  barcos pequenos para travessia (molha tudo e demora).  
  • Melhor época do ano para fazer é na primavera e verão.
  • Leve dinheiro físico e trocado.
  • Use camisetas de manga longa.
  • Calçados: eu usei bota.
  • Ósculos de sol são itens obrigatórios.
  • Chapéu e bandana para proteger o pescoço do sol.
  • As trilhas são autoguiadas , mas não recomendo fazer sozinho se não tiver experiencia. 
  • Recomendo se possível não ficar no Bananal e pernoitar em Matariz.
  • Não tem rede de celular.
  • Recomendo levar comida para todos os dias. Só em Abraão e em Provetá tem comércio.
  • Coloque seus equipamentos dentro de sacos estanques, durante o verão é a provabilidade de pegar chuva na trilha e grande.
  • Recomendo ir de forma bem minimalista, opte por equipamentos leves e compactos.
  • Separe no minimo 10 dias fazer o circuito completo da Ilha Grande. 

 

O que levei


O peso da sua mochila vai influenciar bastante no seu desempenho para esse trekking.

Check list de tudo que usei;

  • 1 mochila cargueira – Osprey – Modelo: Aether 70 Peso: 2,17kg
  • 2 camisetas manga curta Drifit
  • 3 camisetas manga longa – tecido de poliamida.
  • 1 jaqueta Anorak Impermeável
  • 1 shorts
  • 1 calça-bermuda de trekking
  • 1 boné
  • 1 bandana – modelo: Ecohead
  • 1 óculos
  • 3 Pares de meia
  • 4 cuecas
  • 1 bota – Vento – Modelo: Nomade Titã
  • 1 bastões de caminhada 
  • 1 barraca para 2 pessoas
  • 1 isolante térmico de EVA
  • 1 saco de dormir para verão 
  • 1 fogareiro e kit talheres – Jetboil – modelo: Flash
  • 1 Kit de primeiros socorros
  • 1 Kit de emergência
  • 1 Kit de higiene pessoal
  • 1 headlamp 
  • 1 canivete
  • 1 mini pá
  • 1 reservatório – Osprey – modelo: Hydraulics 3L
  • 1 squeeze
  • 1 purificador de água – Hidrosteril
  • 1 câmera de ação – Sony modelo: Action Can
  • 1 câmera – Canon – modelo: DSLR
  • 1 adaptador com três tomadas
  • Comida para 10 dias

ATENÇÃO
Sempre planeje suas atividades com antecedência, estude a região, grau de dificuldade, distância e o clima. Use roupas e calçados adequados e leve somente o necessário para não carregar um peso exaustivo. Tenha sempre água e comida. Evite fazer trilha sozinho, e se você não tiver experiência, procure estar acompanhado de pessoas experientes ou guias credenciados. Sempre tenha um saco de lixo na mochila, traga com você todo lixo produzido e se possível, recolha outros que encontrar durante o percurso.




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